As 6 Tendências do Varejo para 2016
Que tal saber quais foram as apostas que rolaram para 2016, na NRF - O maior evento do varejo mundial?
O evento Retail´s Big Show da NRF (National Retail Federation), em Nova York/EUA, é muito positivo para termos um olhar amplo e estratégico, além de construir uma visão clara do que foi tendência no passado, do que se tornou efetivamente um sucesso e das apostas bem sucedidas.
"O grande destaque para as tendências, com certeza está na união entre tecnologia e estratégia, possibilitando às empresas se relacionarem com o público de uma forma jamais vista no mercado", pontua Neto Morozinni, consultor de franquias. Sintetizar esse conhecimento orientado à aplicação prática em nosso país e especialmente no Franchising, é um excelente exercício e um grande desafio. Vamos às principais tendências:
1. Millenials
Percebemos cada vez mais uma efetividade prática nas soluções dos varejistas e fornecedores para poder entender e atender essa geração – composta por pessoas nascidas a partir de 1980 até os anos 2000 e que apresentam uma forma de se relacionar com as marcas, produtos e serviços bem diferente da geração anterior.
Além disso, esse grupo é exposto a vários tipos de informações com fácil acesso. Possuem alta conectividade, proximidade com a tecnologia móvel, são impacientes, acelerados e exigem muita qualidade e transparência. Eles já representam 27% da população americana, cerca de 2 bilhões no mundo todo e devem atingir a marca de 75% da força de trabalho em 2025.
A Geração Z, nascida a partir dos anos 2000 também já se relaciona com as marcas e nasceu definitivamente no mundo mobile (smartphones, tablets e alta conectividade) e já está trazendo impacto para a sociedade. Entender melhor suas ambições, desejos, necessidades e forma de se relacionar dessas gerações (principalmente dos Millenials) está diretamente ligada ao conceito de marketing 3.0 com um olhar vivo, propósito claro e ações autenticas e verdadeiras. Isso é fundamental para que empresas de qualquer segmento assegurem a sustentabilidade e o sucesso de qualquer negócio.
2. Tecnologia e Conectividade
Muitas soluções de armazenamento e cruzamento de informações com assimilação prática e, de certa forma, mais acessível para um grupo de empresas, foram apresentadas na NRF. Destaque para o IoT (Internet of Things ou Internet das Coisas) e soluções para o varejo em países mais avançados. As empresas varejistas, como Under Armour (Connected Fitness), também estão se estruturando para criar e oferecer ao mercado produtos com essas características, explorando a conectividade das pessoas com esses equipamentos, registrando seus dados (com permissão, claro) e depois gerando a possibilidade de oferecer soluções mais adequadas em termos de produtos e serviços.
Isso nos permite afirmar que, nos próximos anos, teremos cada vez mais soluções sobre esse tema e que é mais do que aconselhável que as empresas brasileiras fiquem antenadas sobre essa tendência e, de fato, utilizem essas novas soluções, especialmente pela forma acessível como a indústria de tecnologia tem se esforçado para entrega-las. O Big Data, sempre difundido, ganha cada vez mais notoriedade e traz para o varejo enormes desafios de não somente capturar as informações, mas saber trata-las para gerar insights relevantes para as empresas e conhecimento sobre os clientes, produtos, necessidades e desejos.
3. Parcerias & Colaboração
Na Economia do Compartilhamento e altamente colaborativa, fica cada vez mais claro que as parcerias estratégicas serão fundamentais para as empresas atingirem patamares de performance superiores aos atuais ou até mesmo um elemento fundamental para a sua existência no futuro.
A visão é de redução do prazo de desenvolvimento dos produtos e soluções e um “time-to-market” mais acelerado, mesmo que num formato de protótipo. Destaque para uma afirmação de que antes se estudava muito para implantar, hoje se implanta e se estuda muito depois, para avaliar os resultados e necessidades de ajustes. Ou seja, é quase 100% correto afirmar que o tempo para desenvolvimento tem que ser encurtado e, ao mesmo tempo, tem que ser absolutamente próximo ao mercado e integrado às parcerias, com o compartilhamento de experiências e competências complementares fundamentais para atingir o sucesso.
4. No-Friction & Experiência de Consumo
O termo no-friction, traduzido como "sem fricção" ou "sem atritos", é a bola da vez. Ainda nessa linha, a expressão Seamless Commerce, ou "comércio sem costuras", também nos envolve numa atmosfera de simplificar a vida de nossos clientes, uma vez que eles têm acesso às diversas informações e opções de consumo e, de certa forma, exigem das nossas empresas rapidez de atendimento, facilidade de relacionamento e atitude prática. Políticas de trocas de mercadorias, acesso ao website via aparelhos móveis, facilidade de compra e retirada em lojas físicas ou pagamentos eletrônicos com segurança e agilidade são algumas das formas que podem gerar uma experiência de consumo muito positiva ou muito negativa para os clientes.
A loja física manteve o seu destaque esse ano e reforçou o conceito de “Seamless Unified Brand Experience”, ou seja, a mesma experiência de marca em todos os pontos de contatos sem costuras, amarras ou atritos, integrando toda a experiência digital e física, sem distinção de canais de vendas. Mais uma vez se tornou imprescindível entender que os clientes querem se relacionar com a marca e não com os canais de vendas, afinal, eles não falam essa linguagem de canais. A Experiência de consumo deve estar relacionada ao poder que a empresa tem de centralizar suas estratégias no consumidor e assim gerar o seu engajamento com a marca e produtos e serviços.
5. Nem Online, nem Offline: All Line
Não existe estratégia digital, existe estratégia no mundo digital. Essa afirmação nos traz uma visão clara dos desafios de entendermos, com mais profundidade, a complexidade e o modelo mental (mindset) que as empresas e seus líderes precisam adquirir como uma nova competência para a sobrevivência dos negócios. Segundo o Google, não devemos nos preocupar com o On-Line ou o Off-Line, e sim com o ALL LINE, que se consolida como uma nova forma de fazer negócios, se relacionar com as pessoas, clientes e mercado e de acessar informações e conhecimento.
No caso das Franqueadoras, isso acarretará em um forte impacto nas operações franqueadas e na postura empresarial dos franqueados e suas equipes, os quais precisarão estar alinhados com os princípios da marca que representam e terão que ser empoderados e capacitados para interagir nesse mercado sem muito controle ou direção de forças.
6.Propósito & Engajamento
Nada disso será possível se as empresas não conseguirem, de fato, gerar o engajamento nos seus clientes e equipes e também nos parceiros de negócios, por meio de um propósito claro e da cultura corporativa efetivos e que gerem esse maior alinhamento de princípios e, obviamente, resultados interessantes e sustentáveis.
Numa rede de franquias esse desafio se amplia, e muito, por se tratar de um conjunto de empresários (franqueados) interdependentes que atuam sob uma mesma marca e know-how de negócios, mas nem sempre conseguem representar os interesses e diretrizes das marcas que representam de uma maneira exemplar e alinhada, gerando muito atrito na relação entre Franqueadora e Franqueados, seja motivado por uma ausência de clareza da própria Franqueadora, seja na fraca execução das diretrizes da marca no ponto de venda ou na gestão dos negócios de maneira despreparada.
Dessa forma, este é um momento propício para refletirmos e irmos a fundo nos nossos negócios, revendo processos, aplicação de tecnologia, capacitação das pessoas, eficiência e produtividade de toda a cadeia de valor, certamente acompanhando o ritmo das mudanças e evoluções da sociedade e do mercado consumidor como um todo. Assim acreditamos na preparação de bases sólidas e sustentáveis para superar os desafios que estão por vir, e para a retomada do crescimento econômico podendo, assim, sair na frente no mercado.
Fonte: Endeavor Brasil (editado para publicação).